terça-feira, 31 de julho de 2018

Post #80 - Chiley! + Easter Island

Ainda não tinha tido tempo para fazer este registo tão importante que foram as férias com os meus velhos aqui por terras da América do Sul. Com esta coisa de campeonato do mundo percebi que existem lugares onde estive que não me lembro de muita coisa. A Rússia é um desses lugares. Estive lá há 13 anos atrás... (nunca pensei escrever isto!) 13 anos!
Percebi também que escrever sobre esses lugares, pricipalmente quando as memórias são fresquinhas, pode ser um ótimo remédio para esta sensação estranha que é ver o tempo passar e as lembranças ficarem apagadas.

Por isso, e como não quero mesmo deixar passar esta memória, resolvi escrever sobre a minha última aventura ao Chile. Daqui também já deixar algumas dicas para os mais interessados, e até para mim... quem sabe possa ser útil no futuro.

O Chile foi um projeto que surgiu já há alguns anos. Claro que, estando eu aqui nas Américas não podeia passar sem conhecer. Ainda faltam outros projetos como Ushuaia, Cartagena, etc. mas Chile estava nos planos logo que vim para o Brasil.
Foi melhor do que eu pensava, porque fizemos uma trip em família, e embora tenham faltado os outros dois membros, pode dizer-se que foi bem completo. 

Então aqui vai o Roteiro com algumas informações. 

Saímos de São Paulo para Santiago, onde ficaríamos só de passagem. Deu só para ver uma peça de Teatro do Gordo (Jô Soares -  A noite de 16 de Janeiro) e que me deu um bocadinho de sono!

Já na chegada ao Chile, tivemos a impressão de que o país é diferente dos outros da América do Sul. Mais limpo mais organizado, mas também com pessoas menos sorridentes (essa é uma impressão que tenho desde que conheci o Brasil... acho que o meu padrão mudou!).
Saímos logo na manhã seguinte, já que o voo para Calama, no norte do Chile saiu cedo. Já na saída do aeroporto percebemos que a realidade aqui era outra. Cidade mineira, seca para xuxu e só com casas baixas. Além disso marcada por planícies e um céu azul de invejar. 
Apanhamos a van com o nosso guia Cristobal e seguimos para SanPedro do Atacama. A viagem dura mais ou menos uma hora mas a vista já enche os olhos. as montanhas à volta e os vulcões transmitem uma paz incomparável.
No primeiro dia depois de deixarmos as coisas no hotel resolvemos apostar num restaurante chamado Yara (uma tasquinha que não figurava em nenhuma das listas ou guias). Ótima escolha. Numa transversal de uma das ruas principais de Atacama (simples, barato e bom!) claro está ficamos clientes. 

O nosso programa noturno do Atacama ficou marcado pela explicação de astronomia onde conseguimos aprender um pouco sobre as constelações, e as ligações com os signos do zodíaco!

O segundo dia ficou marcado pelos Los petroglifos de hierbas buenas, um lugar que eu tenho as minhas dúvidas sobre a antiguidade pregada pelos locais dadas as condições áridas, mas enfim. Ainda fomos ao vale do arco íris, Vale de Marte (que todos chamam de vale da Morte) e Vale da Lua.

O terceiro dia foi um caminho por estrada (até bastante boa) onde fomos parando em alguns povoados. Primeiro em  Toconao (torre e praça). Paramos no famoso Salar do Atacama para ver a Lagoa Chacha e flamingos. Ainda acho que o salar do lado da Bolívia é bem mais interessante, pelo menos em relação ao sal! Passamos num outro povoado chamado Socairo  que tinha só uma igreja. Aqui foi só mesmo descer do carro para fazer umas fotos e seguir montanha acima até às lagunas Altiplanicas, um dos pontos altos da visita a meu ver.
As lagunas são um lugar místico. Muito frio mas com um solzão que dá uma cor azul ao céu incomparável. Visitamos duas a Laguna Miscanti e a Laguna Miniques. As imagens valem mais do que as palavras.








Na descida paramos em Socairo almoço  e depois resto do dia por San Pedro para vermos a mini cidade e descanso. Embora não tenha havido baixas, bater os 5000m de altitude cansa um bocadinho.

O último dia foi marcado pela ida ao Salar de Tara, Geysers de Tatio e ao Pueblo Machuca. Foram só 11 graus negativos, e posso dizer que acho que nunca tive tanto frio na vida... juro que pensei que ia perder os dedos dos pés! Ainda havia corajosos a tomar banho nas águas termais #loucos!




E Atacama foi assim! Uma agradável surpresa da qual só fico com pena por não conhecer o ALMA, um projeto entre as organizações mais famosas dos vários continentes que se juntaram num dos lugares mais áridos do mundo para instalar um dos maiores observatórios do espaço do mundo. Mas quem sabe para a próxima.



Santiago 
Em Santiago, fizemos uma visita rápida mas eficaz. É uma cidade bastante histórica e pela qual sempre nutri alguma curiosidade principalmente desde que comecei a ler a Isabel Allende e também sobre o mito da morte de Salvador. Felizmente tivemos um guia com bastantes histórias (filho de uma ex-exilada política) e que nos deu uma boa pincelada sobre a vida em Santiago.
Visitamos alguns lugares como o Parque Bicentenário, a Alonso de Cordoba (rua das compras), Morro Santa Lúcia, Las Tarria (vida boémia), Casa da Moeda (um clássico da história mundial!) e almoçamos marisco no Mercado municipal.








No fim da tarde, e como não podia deixar de ser vimos uns shoppingzinhos só para não perder o hábito! Um deles está localizado no maior arranha-céus da America Latina - o Sky Costanera e o outro é um mega empreendimento com muita classe do qual trouxe algumas ideias chamado Costanera Mall (um dos mais conhecidos por estas bandas também).


Vale paraíso  e Vina del Mar
Saimos cedinho de rumamos à costa. fizemos uma paragem rápida na curiosa estação de serviço Rio Tinto onde se vendem vinhos de todos os tipos. Muitos brasileiros curiosos a comprar. Para nós nem tanta surpresa. Afinal de contas vimos da terra dos vinhos.
Fizemos uma paragem a pé pelas ruas boémias de Vale Paraíso onde visitamos a casa de Pablo Neruda (outro grande nome histórico que levamos desta visita) e demos uma olhada nas artes de rua que por lá estão estampadas.





O almoço já foi do lado de Vina del Mar no clássico Castillo del Mar, onde até a final da Taça de Portugal conseguimos ver um pedacinho (não é todos os dias que se vê o Rio Ave levantar a taça contra o Sporting!).
Passamos rapidamente por Praia del Mar, mas também não nos impressionou porque as nossas costas portuguesas são tudo o que se pode ter de bom!




Ilha da Páscoa

Nem eu pensei que fosse tão rápido escrever sobre a ilha da Páscoa. A vida às vezes tem destas surpresas boas!

Dia1
Vou fazer em lista porque os nomes são tão complexos que não dão para decorar.
Orongo - lugar do grande ritual do povo RapaNui (significa ilha grande), aqueles polinésios daquela época lá do Séc. X ao XVI - diz se por aí) que enviava os jovens ao mar para ir buscar o ovo. É uma vila cerimonial entre a cratera de um vulcão e um precipício. Lá se realizava a cerimônia do Homem Pássaro, em que os guerreiros mais fortes saltavam ao mar e nadavam até uma ilha em busca do primeiro ovo dos manatus (manutara - uma ave migratória).

Ao lado do Rano Kau (vulcão) também um dos lugares mais top de toda a visita (ver foto abaixo que diz tudo).
Almoço: TATAKU VAVE RESTAURANT (achamos bom, mas nem tanto!) Provamos a cerveja Rapa Nui... digamos que neste ponto os ancestrais evoluiram bem!
Ahu akivi, local dos sete moais e primeiro grande contato com as estátuas! É realmente impressionante como estas coisas vieram aqui parar! Há registo de cerca de mil estátuas que representam pessoas importantes das famílias RapaNui, mas que ninguém sabe muito bem como foram esculpidas e como foram colocadas onde estão, embora a maioria já tenha sido restaurada.

Puna pau (lugar de "produção" dos PUKAO) queles chapeuzinhos (que são cabelos) que já poucos moais possuem!

Huri a Urenga (mais uma estatueta gigante).

Dia2
Demos uma volta "integralmente" à ilha. Fomos a AKAHANA (ver cenissa compactada - pedra dos moais) e povoado com restos de casas da época. 
Vimos ainda Ranor Raraku (vulcão), Te Pito cura (maior moai existente tombado) e Praia de Anakena, das mais bonitas que já vi!
Ahu Tongariki o maior número restaurado de Moais em pé. Dizia o guia Cesar que o tio dele tinha colocado um pukao da noite para o dia num dos moais mesmo sem a autorização dos engenheiros responsáveis. se é verdade ou não só Deus sabe, mas que nos valeu umas boas risadas.

As fotos deixo aqui para deixar clara a beleza do local que segundo reza a lenda só foi descoberto em 1722 pelos colonos holandeses. Hoje a ilha é parte integrante do Chile (uma província), e vive mediante as regras do país. Tem pouquíssimos habitantes (4000) e é perceptível a briga "política" do povo RapaNui para com os continentais, já que as tradições e hábitos parecem ser bem diferentes. Mas é um dos lugares mais queridos por todos os turistas do mundo, pela misticidade, e realmente tem uma energia muito louca este lugar! Recomendo!


 chegada trinufal a Hanga Roa capital da ilha!


 Orongo

Peixinho básico do pacífico!

 O primeiro Moai não se esquece!

 




Ahu Tongariki - impressionante!

 brincadeiras em cemitério de moais-  Rano Raraku !

 Uma das praias do meu top! Anakena

 Despedida em grande com o nosso guia e descendente do rei RapaNui - Cesar!


E pronto. Deixo registado. Prometo mais para as próximas mas agora há que trabalhar. E não tem sido pouco o trabalho do qual espero também escrever um dia destes. Tem sido um mega desafio trabalhar no maior shopping da companhia do mundo... mas isso deixamos para as próximas páginas!

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