Ontem foi um dia especial! O meu pai fez 60 anos!
Como estou emigrada não consegui participar da festa, mas passei o tempo todo a matutar no que se estava a passar do lado de lá.
As escolhas que fazemos na vida às vezes têm destas coisas... acabamos por perder alguns dias específicos, mas que, no fundo, são só dias em que festejamos os outros dias que os anos nos trouxeram. Com todas as coisas boas atreladas.
Sentimentalismos à parte, para completar ainda mais os meus dias por este lado do atlântico, resolvi fazer um curso de gestão de empresas que, até agora, me trouxe muitos ensinamentos e que me fez conhecer bastantes pessoas interessantes. Tudo gente com uma garra fenomenal.
O curso é longo (coisa para terminar em 2018) mas o objetivo também é ambicioso... montar uma empresa!
Ontem a aula foi de Marketing. E que aula! Talvez por causa do dia especial, ou talvez por causa do gosto pela área, foi uma aula que colocou as roldanas do cérebro a funcionar (como diria a minha querida professora de matemática do liceu).
Temos que criar algo para podermos
passar na disciplina. Assim, entre mim e mais 10 pessoas que compõe o meu grupo de trabalho, surgiu a ideia da start up #GaragemJá. Com a ideia veio a
obrigação de um trabalho que já estimulou mais as pessoas da
classe do que qualquer outro trabalho que fizemos desde o início do
curso. Pode ser uma salvação para muitos! Em breve darei notícias dessa
startup, até porque conto com os likes de cada um para salvar o meu
"couro" na aula de Marketing, e também porque acho que a ideia é boa e tem pés para caminhar.
Mas, voltando ao motivo que me trouxe ao teclado, o que fomentou a minha criatividade foi a ideia de termos algo nosso, coisa nossa, fruto da vontade própria e com a capacidade de trilhar um objetivo justo e factível e acima de tudo de escolher as pessoas que não só trabalham, mas que "estão" juntas trouxe um certo júbilo ao meu dia. Mesmo com a hipótese de não dar certo.
A conclusão a que cheguei nos meus (curtíssimos!) 30 anos de vida, é que existem 3 tipos de pessoas:
- as que resolvem rasgar com o tradicional - a categoria dos arrojados!
- as que vivem reclamando do quão a vida podia ser melhor,
- e as que simplesmente aceitam que nada nunca mudará e vivem assim... felizes ao jeito delas. Talvez mais formatados para o dia a dia, o ganha pão rotineiro e vida tranquila.
E se pensarem em todas
as pessoas que conhecem, tenho certeza que conseguem enfiá-las em alguma
destas categorias! Sem medo de errar!
Sem crítica alguma para qualquer das categorias. Opções de vida. Elas co-existem e têm que co-existir em prol da sociedade e das nossas necessidades do dia a dia. Só aprender a viver com o tipo
de pessoa que somos e ser feliz ao nosso jeito. E, claro, aprender a lidar com quem é diferente de nós.
No meu caso... bem, eu quero
estar na categoria dos arrojados. Mas isso dá muito trabalho e algumas
perdas pelo caminho... momentos, amigos (talvez não tão amigos, porque os verdadeiros estão lá),
relacionamentos, dinheiro... etc. e tal.
E a dificuldade desta categoria é que ela é cada vez mais difícil a cada ano que passa. Vamos perdendo um pouco da loucura da juventude, não que sejamos velhos, mas sentimos que já não precisamos de fazer coisas que não queremos para tentar agradar ou para que gostem de nós. É o nosso jeito e pronto... Apesar de, com os anos aumentar o nosso "coeficiente de cagaço" (passo a expressão, palavras do professor de marketing), ser arrojado é uma decisão para a vida. Não é como antigamente que se era arrojado, montava-se um negócio que dava certo e era-se feliz para o resto da vida. Na-na-ni-na-nã... agora a música é outra. Uma vez arrojado, tem que se ser arrojado para sempre. É preciso reinventar-se a toda a hora, cada vem em menos tempo. O que hoje é um sucesso, amanhã é engolido pela concorrência feroz. Por isso talvez a dificuldade de fazer parte da categoria dos arrojados.
Mas é isso que levamos para a vida e o que temos para celebrar quando chega a festa dos 60, não é verdade? A "ciência" de nos reinventarmos a cada ano que passa e de empurrarmos esse chamado coeficiente de cagaço para longe.
E no
final das contas, ontem eu estava a festejar também deste lado do atlântico os 30 anos em que pude
acompanhar a metade da vida que o meu pai já viveu. E as quantas vezes que tanto ele quanto a minha mãe se foram reinventando... sempre na categoria dos arrojados.
*Mari
#empreendedorismo #garagemja #garagemjá #coeficientedecagaço #arrojados
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