quinta-feira, 31 de março de 2016

Post #60 - The island of all together

Achei este projeto sensacional. Um casal que resolveu fazer uma troca de impressões entre turistas e refugiados, em conversa num banco de rua.

Felizmente já tive a oportunidade de visitar a Grécia, mas na altura a Europa atravessava uma fase completamente diferente. Estávamos no ano de 2006 e ainda nem se falava em crise. Aqui o relato da nossa entrada na Grécia nessa altura (ver aqui blog interrail). Ainda assim as recordações que trago são de um país agreste. Atenas era uma cidade descuidada, pareceu-me um campo de batalha já na época. De qualquer maneira um local cheio de história... Imagino que agora, depois de toda esta instabilidade, não ter dinheiro nos bancos e etc. e tal, deva estar bem mais devastado.

Como já entraram aproximadamente 1 milhão de pessoas para tentar uma vida melhor na Europa, e a grande maioria por terras gregas acho que deve estar um país completamente diferente. #curiosa


Quem tiver interesse segue o site e o vídeo, que achei realmente uma boa iniciativa.



Todo verão, muitos turistas europeus viajam para a Ilha de Lesbos na Grécia para tirar umas férias ao sol. Neste ano, milhares de refugiados também cruzaram o mar pela Turquia e chegaram na Ilha de Lesbos em busca de um lugar mais seguro na União Europeia. Os cineastas Philip Brink e Marieke van der Velden convidaram turistas e refugiados para falarem uns aos outros sobre suas vidas enquanto estavam sentados em um banquinho em frente ao mar. O resultado é um pequeno documentário com conversações sobre guerra, fuga, trabalho, amor, também sobre carros e cachorros. É uma ode ao humanismo e mostra o que acontece quando tomamos  tempo para sentar e conversar uns com os outros em vez de falar um do outro. (23 min)

quinta-feira, 17 de março de 2016

Post#59 - Catch me if you can...

Pois é... que grande reviravolta que se passa por este país onde por obra de um acaso  vim parar.
Dá um friozinho na barrinha ver o reboliço que se tem vindo a formar, mas assistir a uma revolta destas é também prazeroso. Nunca sequer passei por uma situação de tamanha revolta política quanto esta época que vivo aqui agora. Traz um cheirinho de um 25 de Abril que nunca vivi.
Talvez algo de maior proporção... mas o fato é que realmente o que se vive por aqui é algo parecido a um Golpe de Estado que e os próximos episódios talvez revelem. O interessante de tudo isto é estar de fora e comparar com uma Europa com medo de sair à rua, apavorada por ameaças e terrorismo. É triste ver que o continente com mais história do mundo perdeu algum brilho. Talvez isso possa ser um sinal de estabilidade... mas no final das contas, por lá onde anda a estabilidade mesmo?

O que vem alimentando esta revolta é realmente um "atentado" à inteligência e dignidade dos cidadãos e dos seres humanos, que como eu, estão por aqui. Não é uma simples guerra entre direita e esquerda partidárias. As coisas que têm acontecido são hilariantes, e o bom senso não reina. Os dirigentes, que antes foram vistos como uma esperança para o país, viraram "a casaca" e envolveram-se em esquemas de troca de favores que não eram de todo necessários. Triste de ver e pior... fácil de comprovar! Depois existe uma parte de corajosos que tentam mostrar o que se passou, limpar a imagem e acabar com a corrupção... briga pesada! Há que ultrapassar o medo de serem atingidos de uma ou de outra forma, num país onde há histórico de criminalidade e gangs da pesada... e assim vai, com muito dinheiro à mistura. E o povo não cansa. Vai para as ruas, veste a camisa, bate com as panelas na janela quando no telejornal há declarações de políticos associados aos escândalos! Não interessa se é mais à esquerda ou mais à direita ou se é mais ou menos politizado. O que interessa é a presença.

Já no fim de semana passado tinha havido os maiores protestos desde os anos 80 (quando o povo pedia "apenas" eleições diretas (mas que no fundo era uma revolta quanto ao regime militar que se vivia na época).  Mas a foto dos protestos desta noite na Paulista impressionam ainda mais. Sem convocatória prévia, e devido à nomeação como ministro do ex presidente, o povo simplesmente decidiu sair à rua e enfrentar o transito e a confusão de uma 4ª feira, para exprimir a revolta. #louvável




E haja povo divertido! Acho que se fizessem um ranking do povo com mais criatividade política, os brasileiros estariam no top 3 sem dúvida! Multiplicam-se os tão famosos "memes" que se tornam virais pela internet e WhatsApp. Quando passo por alguém na rua que sorri para o "celular" tenho quase 100% de certeza que está a ver uma dessas piadas que circulam sobre a situação política por aqui. A capacidade do meu telefone esgota-se com tantas informações humorísticas que recebo diariamente. E, claro... é impossível não rir... 

Aqui abaixo um exemplo que achei dos melhores. Capa do "Catch me if you can" com o ex presidente, Lula da Silva (o Lularápio DiCaprio) e o Sérgio Moro (a quem chamam de Moro Hanks). Este último é o juiz que tem sido uma das figuras mais emblemáticas destes últimos acontecimentos e que tem como missão de vida apurar toda a verdade dos fatos da Operação Lava Jato (que é o nome aqui atribuído ao processo associado aos problemas de corrupção entre governantes e empresas públicas e privadas).

Ora digam lá que não é bem aplicado?





O que vem por aí é incerto, mas está a escrever-se história por estas bandas... Esperando que essa escrita não seja escrita na versão comédia, estarei aqui para ver.