Já é tarde. Estou sentada na sala de casa virada para a janela a ver a chuva cair. É chuva forte, como a daqueles dias de inverno rigorosos que temos em Portugal. A diferença é que aqui a temperatura vai alta e o vento abana as palmeiras que são bem mais comuns por estes lados do que do lado do jardim da Europa à beira mar plantado.
Agora o tempo está mais calmo, mas há umas horas fiquei presa nas enchentes que fecharam a Av. Santo Amaro. Não sem antes ter cruzado o shopping para ver qual o novo lugar para onde tínhamos que comprar um balde, por que os lugares onde entra água da chuva se multiplicam a cada dia. As infiltrações, quedas de telhado e árvores são constantes com a força das águas que vêm do céu. Aparecem crateras no meio das estrada por evasão de terra levada pela água, os semáforos deixam de funcionar, e as estradas são cortadas. Felizmente (até ver) a internet mantém-se!(bendito quem inventou o 3G e afins...)
Levanto-me para ir à cozinha deixar um prato sujo que estava solto em cima da mesa e aproveito para tentar lavá-lo. Mas... a torneira não pinga. Estamos sem água! A situação já era espectável... estamos em crise! A crise da água.
São Paulo está "mergulhada" numa crise de seca como nunca viveu. A população cresceu demais e as infraestruturas não acompanharam. O resultado está à vista. Lá fora tudo alagado. Cá dentro sem água. Uma vida bizarra.
Soluções poucas ou nenhumas. Toda a gente fala em poupar e reaproveitar, mas investimento para novas formas de reaproveitamento nenhum. Por aqui ainda se andam a pagar as contas do Natal que pesam no cartão de crédito. A facilidade do novo mundo onde uns sapatos podem ser comprados parcelados em doze vezes. Incentivos do governo para projetos de reaproveitamento? Nenhuns. Nem a própria empresa pública distribuidora de água parece muito coesa. Falo pelo pequeno contato que tenho como mini administradora de condomínio que (aparentemente) estou a aprender a ser. Um shopping é, sem dúvida uma pequena cidade, com manifestações tão parecidas a um município como sequer alguém possa pensar. No fim das contas é um trabalho duro o de "ministrar as obras públicas" do condomínio, mas que tem uma abrangência tão grande que me leva das lágrimas às risadas.
Voltando, dá-me dó ver um país com o potencial do Brasil a viver desta maneira. Se as coisas vão mudar? Acredito que sim, para melhor ou pior estaremos aqui para ver! O bom daqui? É que os brasileiros não estão a sofrer com isso como estaríamos nós Portugueses se estivéssemos dentro desta crise. Por aqui a liberdade de expressão não está em crise e já são incontáveis os cartoons relacionados com a causa. Até já se pensa em adiar o Carnaval...!
Deixo aqui um texto que achei bem interessante para quem quiser espiar o "fundo do poço" que se vive por aqui por aqui.
A recuperação do nível do Sistema Cantareira pode levar até 10 anos. Enquanto isso, a população vai continuar a crescer.
Prometo dar notícias em breve (com ou sem chuva).
*Mari
São Paulo está "mergulhada" numa crise de seca como nunca viveu. A população cresceu demais e as infraestruturas não acompanharam. O resultado está à vista. Lá fora tudo alagado. Cá dentro sem água. Uma vida bizarra.
Soluções poucas ou nenhumas. Toda a gente fala em poupar e reaproveitar, mas investimento para novas formas de reaproveitamento nenhum. Por aqui ainda se andam a pagar as contas do Natal que pesam no cartão de crédito. A facilidade do novo mundo onde uns sapatos podem ser comprados parcelados em doze vezes. Incentivos do governo para projetos de reaproveitamento? Nenhuns. Nem a própria empresa pública distribuidora de água parece muito coesa. Falo pelo pequeno contato que tenho como mini administradora de condomínio que (aparentemente) estou a aprender a ser. Um shopping é, sem dúvida uma pequena cidade, com manifestações tão parecidas a um município como sequer alguém possa pensar. No fim das contas é um trabalho duro o de "ministrar as obras públicas" do condomínio, mas que tem uma abrangência tão grande que me leva das lágrimas às risadas.
Voltando, dá-me dó ver um país com o potencial do Brasil a viver desta maneira. Se as coisas vão mudar? Acredito que sim, para melhor ou pior estaremos aqui para ver! O bom daqui? É que os brasileiros não estão a sofrer com isso como estaríamos nós Portugueses se estivéssemos dentro desta crise. Por aqui a liberdade de expressão não está em crise e já são incontáveis os cartoons relacionados com a causa. Até já se pensa em adiar o Carnaval...!
Deixo aqui um texto que achei bem interessante para quem quiser espiar o "fundo do poço" que se vive por aqui por aqui.
A recuperação do nível do Sistema Cantareira pode levar até 10 anos. Enquanto isso, a população vai continuar a crescer.
Prometo dar notícias em breve (com ou sem chuva).
*Mari